Empate à Sombra da Bananeira

E o Sporting volta a perder pontos com os últimos classificados. Depois do Boavista, do União da Madeira segue-se agora o Tondela. Há um elemento comum, um fio condutor. Dir-se-ia um especialista em neutralizar jogo ao Sporting, um anti-Jesus, qual antídoto táctico do rolo compressor. Chama-se Petit. Só ele já tirou esta época quatro pontos ao Sporting. Primeiro no Boavista, em casa. Agora no Tondela, fora, em Alvalade. Logo no primeiro jogo de sempre do Tondela em casa de um grande, sendo a equipa que neste momento tem menos pontos no campeonato: é o lanterna vermelha.. 
Entrada muito morna do Sporting na partida, a jogar toada muito lenta. A primeira oportunidade é logo para o Tondela aos 4 minutos, por Nathan Junior. Primeira vez que o Sporting sobe à area do Tondela é ao minuto 9, após cruzamento de Slimani, ao que logo a seguir há a primeira oportunidade: cabeçada de João Mário à figura do guarda-redes. O primeiro canto a favor dispõe o Tondela aos 15 minutos… Jorge Jesus não está a gostar nada da exibição e põe dois jogadores a aquecer: Gélson Montero e Montero. Vinte minutos e a melhor equipa em campo é o Tondela, quem diria – joga futebol apoiado, entre as linhas há solidez e e coesão. 
Primeiro canto para o Sporting aos 24. Um minuto depois primeira grande oportunidade para o Sporting com William Carvalho a cabecear por cima após excelente cruzamento de Bryan Ruiz. Ruiz que triangularia depois em combinação a provar que era a melhor unidade em campo leonina. Até que aos 28 minutos dá-se o momento do jogo: penalti para o Tondela e cartão vermelho para Rui Patrício. Sai então Bruno César e entra Marcelo Boeck. Nathan Junior converte. Protestos muitos das bancadas e do banco de suplentes culminando na expulsão doPresidente Bruno de Carvalho. Sporting nervoso continua sem conseguir impor o seu jogo. O Tondela melhor e sem jogar à defesa, jogando ao invés um futebol hábil, atacante e atractivo, passando mais tempo no meio-campo do Sporting que o contrário. Aos 37 grande defesa de Matt Jones a remate de William Carvaljo. Os comandados de Petit jogam desinibidos e com lucidez e esclarecimento. Jorge Jesus pede calma aos jogadores mas é manifesto o contrário, a equipa não consegue o esclarecimento necessário para a troca de bola e é a maioria vezes desarmado pelo meio-campo e defesa do Tondela. Aos 44 cabeçada de Slimani para fora. 
 
Segunda parte William sai e entra Gélson Martins numa clara tentativa para abanar o jogo. O que foi conseguido. Um minuto depois falta frontal sobre João Mário não assinalada. Aos 5o grande lance de Gélson que entra na área e é assinalado canto, sem consequências de maior. Um minuto depois grande iniciativa individual de Bryan Ruiz que não deu em nada, depois de ter driblado dois jogadores. O Sporting joga ao ataque com outra atitude, num jogo que melhorou sobremaneira. Até que marca: Slimani, pois claro. Remate colocado, batendo a bola no jogador do Tondela. 
36902 pessoas começam a vibrar mais com a equipa e logo a seguir Tiquito corta com a cabeça e o árbitro apita para o penalti que porém desmentido pelo auxiliar. A jogada essa fora de Bryan Ruiz, o mesmo que assistiria Gélson a seguir mas a bola à baliza é salva pelo defesa do Tondela. Logo a seguir é o Tondela que quase marca. Até que aos 60, reviravolta no marcador. Marcou o jogador que dera o abanão ao jogo, só mesmo Bryan Ruiz mereceria ainda mais esse intento. Mas foi Gélson, Gélson Martins a fazer um bom golo com um pontapé forte bem colocado. É ele o autor do golo 5000. Nem por acaso, marcado por uma das mais novas pérolas lançadas pela equipa esta época. E que abanara o jogo, causando a reviravolta.
Todavia o Tondela não se ficava. Continuava a insistir no ataque, tendo Wagner cruzado e Boeck, distraído, não se ter feito à bola. Boeck que a seguir trocaria as botas, tendo Adrien, aproveitado para juntar as tropas e dar indicações aos seus colegas, qual extensão do treinador. O Sporting faz um jogo mais contido e de contenção, tentando controlar o jogo e trocar a bola. Petit arrisca fazendo entrar Chamorro, esgotando as substituições, fazendo entrar um ponta de lança. Jorge Jesus decide fazer entrar Aquilani. Até desistir, pois não é que Chamorro marca aos 84… Contra ataque, isola-se, e marca. O Sporting tem cinco minutos para com dez jogadores ganhar o jogo. Já não é Aquilani mas sim Carlos Mané que entra. João Mário quase na pequena área remata fraco, muito fraco e falhá, antes de Gélson encher-se de contemplações e não chutar à baliza . Empate caseiro num daqueles que é teoricamente dos jogos mais fáceis de uma época. Sem necessidade. É o que vale uma equipa à sombra da bananeira.
Primeira parte desastrada e displicente, reduzidos a dez desde muito cedo; uma excelente entrada na segunda parte com a reviravolta no marcador  estragou pela desconcentração no golo de Chamorro. Nem Gélson nem Ruiz mereciam este resultado (esses mereciam até uma goleada) mas Jefferson, Ewerton, João Pereira e mesmo Rui Patrício – aliado a um Adrien menos forte e acutilante mas que mesmo assim não fez um mau jogo – foram e muito responsáveis pelo agravar da situação com o resultado que ficou (e saltou) à vista de todos. E o Tondela jogou sem cinco titulares… Pelo que a arbitragem, com maior, men0r controvérsia que possa ter não pode nem deve ser usada com handicap. Um candidato ao título não pode usar tal expediente quando joga em casa, frente ao último, com mais de 36 mil pessoas a apoiarem nas bancadas e com a vantagem de quatro pontos do segundo. O Sporting só pode e deve queixar-se de si próprio. A bem, estas apenas podem ser as “dores do crescimento”. A mal…

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *