Sporting 2-1 Benfica (Adrien – 45, Slimani – 112′; Mitroglou – 6′)
O Sporting venceu e convenceu e segue em frente na Taça de Portugal. Vitória justa, mais uma vez, a terceira, a poder dar muitas preocupações a Rui Vitória acerca da forma como pode bater este Sporting – já com o FC Porto, de momento, também se mantém em posição de desvantagem. Em relação ao jogo propriamente dito destaque para Adrien Silva, que marcou o primeiro e esteve na origem do segundo com um chutão a não dar outra hipótese a Júlio César que não defender para a frente para a consequente recarga do internacional argelino, esse mesmo, claro e óbvio: Islam Slimani, outro destaque pela forma como jogo, fez jogar, deu alma à equipa, desgastou e escavacou a defesa adversária. Depois João Mário foi mais uma vez o motor da equipa. Contra um Benfica que para não variar teve em Nico Gaitán o actor principal e Júlio César o seguro de vida.
O Sporting foi dominador, tacticamente a uma distância avassaladora, tornou mais que natural a vitória, mais que merecida. Num jogo que começou em força com muito apoio do publico que em apoteose recebeu a equipa e iniciou o jogo em forte apelo sonoro. Destaque para a titlauridade de Montero em detrimento de Téo e a não inclusão de Jonas nos encarnados porventura ainda não completamente recuperado da lesão.
O jogo começou dividido, com as duas equipas a tentarem fazer transições rápidas para o ataque. Logo aos 3 pressão de Slimani dá canto, um minuto o internacional argelino faria a bola bater no poste. Todavia o jogo dividido deu seguimento a uma rápida transição com Gaitán a colocar em Pizzi que foi competente em assistir Mitroglou que sem contemplações de espécie alguma deu o tiro para o 0-1.
O Sporting acabou por acusar o golo, falhando passes, perdendo bolas, perdendo o jogo em fluidez. O que foi sol de pouca dura.
Aos 12 jogada do Sporting de ataque com Montero a acabar por cabecear sem perigo. Aos 14 Gaitán cai inanimado após choque com William, aproveitando Jesus para dar indicações a alguns jogadores, sendo que o argentino acabou por recuperar.
O Sporting já revelava então superioridade na posse de bola e tinha em posse as despesas do jogo, o Benfica parecia apostar, umas vezes bem outras vezes mal, nas transições rápidas e perigosas deixando em sentido a defesa verde e branca, mas nada que impedisse os leões de carregar, pelo contrário. O Benfica, diga-se em abono da verdade, ocupava muito bem os espaços a meio-campo tentando impedir que o Sporting explanasse o seu jogo.Grande oportunidade de golo para os leões aos 31, após jogada rápida em consequentes trocas de bola. Boa jogada de Gaitán aos 34, o que só não deu mais estrago porque não encontrou ninguém em zona de tiro. Aos 37 tiro de Jefferson para boa defesa de Júlio César. Aos 39 mais uma faz Gaitán a lançar o ataque benfiquista cruzando perfeito para o que seria uma cabeçada vitoriosa de Mitroglou, não fosse a bola bater-lhe na nuca, atrapalhação? Talvez. Sorte? Seria muita, muita sorte um 0-2 nessa altura do “campeonato”. O Sporting jogava e fazia-se jogar a toda a largura do terreno, parecia fazê-lo de olhos fechados, porém a mais posse de bola não se materializava em reais oportunidades de golo. Uma mera questão de tempo, até porque o empate estava reservado mesmo ao cair do pano, acabados de ser dados três minutos de desconto de intervalo. Adrien fez o golo com um remate forte e colocado sem dar hipóteses a Júlio César depois da insistência de Slimani e assistência de Montero.
A segunda parte começa com a entrada de Gélson para o lugar do colombiano. Ganhou o Sporting com isso: a vivacidade juvenil de Gélson desestabilizou a defesa encarnada, suas cavalgadas pelo flanco ajudaram a catapultar o ataque verde e branco, enquanto Fredy Montero esteve simplesmente discreto e apagado. O Sporting entrou pujante ao ataque pressionando alto e deixando em sentido a defesa encarnada. Com Slimani muito forte e enérgico a fazer das tripas coração à defesa das águias que tentavam mais uma vez usar do contra-ataque e das transições rápidas. Mas eram os leões que carregavam. Aos 54 Slimani, para não variar, isola João Mário que se atrapalha acabando por fazer falta. João Mário que aos 56 remataria para os pés de Júlio César. Seguiram-se mais duas oportunidades inofensivas mas mais que suficientes para o atiçar e o atiçar das bancadas. Sporting, só dava Sporting, o Benfica confinava-se ao seu meio-campo. João Mário, Adrien e Gélson a liderar o pelotão no constante bombardeio.
É então que entra André Almeida por Pizzi. O Benfica melhora. Aos 62 erro na defesa do Sporting ia dando penalti não fosse o teatro de Gaitán para levar e bem o amarelo. Aos 67 primeiro remate do Benfica na segunda parte, por Talisca à figura de Rui Patrício. Três minutos depois o mesmo gesto do brasileiro e nova defesa à figura. O Benfica equilibrava mais e o Sporting perdia um pouco o ímpeto. Aos 72 William isola Gélson que cruza para ninguém. Aos 73 grande remate de Elíseu para grande defesa de Patrício. 41244 pessoas vibravam com um jogo que nunca esteve até ali – e não mais estaria até ao final – tão dividido. Aos 87 melhor oportunidade do Sporting desde a bola ao poste, com Júlio César com um portentosa defesa a negar o golo certo a Slimani. Aos 88 grande perda de Slimani após grande jogada de Ruiz. Assim seria até ao apito final, o Sporting em cima da área a tentar por tudo marcar. Siga para prolongamento.
Gélson para um lado e Guedes para outro deram o mote ao inicio do tempo extra. Esgaio entra por Jefferson. O Benfica parecia equilibrar mais mais na primeira parte do prolongamento. Tobias entra por Ewerton esgotando o Sporting as substituições. Aos 103 bom ensejo de Jimenez ao lado. Entra então Jonas por Gonçalo Guedes, a adivinhar perigo para as redes verde e brancas para o que restava de prolongamento – mera ilusão. Aos 105 muito bem Gélson a criar calafrios à defesa encarnada mas o cruzamento é facilmente neutralizado. Aos 107 grande perdida de João Mário isolado por Slimani com defesa de Julio César para canto. Até que Slimani, Islam Slimani, marcou, finalmente, aos 112 após recarga a tiro de Adrián, o Estádio de Alvalade foi literalmente abaixo. Samaris é expulso na sequência e Luisão acaba por se lesionar no antebraço esquerdo, o que o deixará de fora os próximos dois meses.
O baile, passe o termo, continuaria na conferência de imprensa. Com Jorge Jesus a falar no jogo e Rui Vitória só e apenas em pretensos erros de arbitragem. Parece que não viu o jogo que todos viram.