3-0 soube a pouco, Benfica forte contra Boavista fraquíssimo, Júlio César lesiona-se e falha Sporting

O Benfica venceu esta tarde o Boavista por três golos sem resposta. O 3-0 acaba por ser um resultado enganador face à absoluta superioridade encarnada. O Benfica foi bastante perdulário, começando a desperdiçar oportunidades logo ao inicio de jogo. Foram várias, poder-se-à dizer, construídas com toda a naturalidade do mundo. O Benfica nem precisava acelerar, jogava até devagar, por vezes se quisesse a passo, construía o (seu) jogo a seu bel prazer, com algumas combinações muito interessantes, com Jonas, Sálvio, Lima, Ola John a desempenharem um papel importante. Mas também um surpreendente Máxi Pereira, mais envolvido que o normal na construção do ataque benfiquista. Pizzi jogou no meio campo, sendo Talisca – em risco para o Sporting – poupado e entrando apenas na segunda parte.
A réplica do Boavista foi sempre bastante débil, foi um Boavista inofensivo, sem intensidade, deixando muito a desejar em relação ao que já fez esta época, apesar das carências da equipa. Sem unhas para tocar guitarra, sobretudo quando tinha espaços, que o Benfica concedeu sem ter com isso que se preocupar. Jogadas de contra-ataque, ou melhor, jogadas que podiam ter sido de contra-ataque se os boavisteiros soubessem dar seguimento, mas não davam, mal passavam de meio-campo, era um Boavista incapaz, de construir, de sequer segurar a bola. O Benfica nem precisa de agradecer, construía jogadas. O golo surge com toda a naturalidade. Lima, com um chapéu de cabeça, marcou aos 21 minutos, no seguimento de uma bela jogada, desmarcando-se bem e aproveitando da melhor maneira a assistência de Máxi. O Boavista acusou o golo e sobretudo o peso de jogar num Estádio da Luz com quarenta mil pessoas – oferece bolas, jogadores tropeçam… O segundo golo benfiquista é mais que óbvio, Maxi Pereira teve mesmo a passadeira vermelha para o fazer (aos 32 minutos) num lance em que os boavisteiros até pareciam querer fugir da bola. O que não tira em nada o mérito ao Benfica, pelo contrário, ao intervalo o 2-0 peca por escasso face ao caudal ofensivo das águias. Os números não enganam: 74% contra 26% de posse de bola, oito remates à baliza (um deles ao ferro, por Sálvio) contra zero do Boavista.
Na segunda parte o Boavista até surge mais agressivo, parecia ter outra atitude, o Benfica é que parecia nem dar por isso e continuava a atacar com toda a facilidade. Não é marcado um penalti sobre Lima e Luisão falha um golo feito aos 52 minutos. O que deixava adivinhar o terceiro, que chegou por linhas tortas, ou seja num penalti quando a falta é fora da área – típica e infelizmente recorrente essa tendência das “compensações” na arbitragem portuguesa. Jonas converteu o penalti fazendo o 3-0.
Depois Jonas falha outro golo cantado entre tantos golos cantados falhados pelas águias, tantos que poderiam ter dado outro número ao marcador…
Aos 67 minutos sai Ola John para entrar Talisca. Um minuto depois, a surpresa, o Boavista cria a sua primeira oportunidade, e que oportunidade, defesa espectacular de Júlio César a evitar o que seria golo certo do Boavista. Aos 71 minutos Jorge Jesus fez entrar o jovem Gonçalo Guedes, el que foi muito aplaudido pelos adeptos. O Benfica continuava a atacar e a criar jogo, Sálvio ia marcando aos 76.
O 3-0 só pecava por escasso, mas só de si próprio o Benfica se podia queixar, da sua falta de objectividade no momento de concretizar. Não se podia queixar da falta de sorte, até porque azar, verdadeiro azar esse viria aos 78 minutos: Júlio César, numa corrida para ir buscar a bola à lateral, meteu mal o pé na relva e imediatamente acusou o toque, sendo logo ali substituído por Artur, sendo certo que não jogará contra o Sporting no próximo Domingo em Alvalade. Preocupação nas bancadas por motivos óbvios, dada a importância na equipa de um dos grandes guarda-redes do futebol mundial, sendo Artur, como se sabe, uma incógnita, sobretudo em confrontos decisivos.
Mas o jogo continuava e já nos descontos Lima falha outra flagrante oportunidade.
Acabada a partida Maxi Pereira foi anunciado como o Homem do Jogo, com toda a justiça, diga-se, pelo grande jogo que fez, coroado com um golo e uma assistência para golo, mas tivesse Sálvio aproveitado alguma daquelas oportunidades…