Portugal 0-1 França (Valbuena – 85)
Portugal voltou a perder com a França, é a 10ª derrota consecutiva com os gauleses num jejum que já vem dos tempos do PREC…
A vitória gaulesa foi mais que justa, diga-se, a França foi superior, mais equipa e fez-se valer de argumentos que Portugal nem a espaços teve. Criou (as) verdadeiras oportunidades de golo, umas quantas e não fosse um grande Rui Patrício, de longe o melhor português em campo, o resultado poderia ter-se avolumado. Assim por defeito podemos por exemplo apontar as defesas aos remates Matuidi (32 e 48), Griezmann (50), Benzema (aos 71), mas houve mais.
Portugal fez um jogo fraco, algo desligado, ainda assim melhor na primeira parte que na segunda, quando os franceses, de certa forma, perderam o respeito pela turma das quinas e fizeram valer o seu superior futebol. Com unidades fulcrais, sobretudo esse portento de técnica, força, visão de jogo e inteligência chamado Matuidi, mas também outro super-craque, Pogba, claro, Sissoko foi o cabo dos trabalhos para a defesa lusa – Eliseu foi quem dele sentiu os maiores calafrios. Ronaldo bem tentou, Nani esteve uns furos abaixo, João Mário esteve muito bem na primeira parte, na segunda apagou, Pepe esteve bem, Vieirinha uma nulidade, Eliseu idem, Adrien esforçado mas fraquinho, Danilo uma completa nulidade, Éder esforçado mas a deixar qualquer adepto da selecção preocupado, quase a clamar por Hugo Almeida – Portugal sem qualquer verdadeiro ponta de lança que se apresente deve ser certamente a maior preocupação do seleccionador Fernando Santos. Depois, com a excepção de Miguel Veloso, que entrou bem no jogo dando força, consistência e alguma visão ao meio-campo, nenhuma substituição resultou ou deixou sequer que as coisas saíssem do puro marasmo futebolístico, tanto ou quanto acentuaram-no.
Vamos ao jogo. Com algumas novidades no onze Portugal surgiu ao início forte no domínio a controlo do meio-campo. Com o entrosamento entre João Mário e Adrien Silva e tendo na frente Cristiano, Nani e Éder, a mobilidade era a palavra de ordem, com CR7 com total liberdade de movimentos. Aos 14 Nabil Fekir sai lesionado para a entrada de Antoine Griezmann.Verdade é que chegado ao quarto de hora, Portugal tinha a posse de bola e mais iniciativa de jogo, controlada, porém, pela forte defesa gaulesa e seria precisamente aos 15 que surgiria o primeiro calafrio para Portugal, com a bola a ser cortada para Rui Patrício. Seguiram-se duas novas jogadas para o ataque das quinas, inofensivas quanto baste, e não bastou, sendo que João Mário também fazia valer-se da sua mobilidade.
Éder aos 18, em insistência, tenta entrar com a bola na área, reclama canto, em vão. Alguma dessa insistência ofensiva lusitana começa a ter consequências na defesa adversária, Evra leva amarelo aos 20. A partir daí os gauleses começam a impôr mais o seu jogo, fazendo valer seu poderio físico, muito superior ao nosso. O jogo começava a dividir-se mais. Ricardo Carvalho sai então por lesão para fazer entrar José Fonte (27). Aos 30 Rui Patrício com o pé nega o golo certo a Matuidi, o mesmo que remataria ao lado aos 34. Aos 40 Ronaldo marca livre directo de longe para a defesa de Lloris – seria a única em todo o jogo.
Alteração na França para a segunda parte, Morgan Schneiderlin a entrar para o lugar de Yohan Cabaye. A França entrava determinada a mandar no jogo. Beneficiou logo de um canto ao primeiro minuto. Depois foi logo imediato o domínio sobre todo o meio-campo português. Matuidi em grande destaque e grande defesa de Patrício aos 48. Ronaldo aos 50 chuta muito ao lado. Aos 53 remata Benzema mas à figura de Rui Patrício.
Aos 60 troca por troca com Vierinha a sair por Cédric e Miguel Veloso por Adrien. O jogo estava morno, morno. Um minuto depois, porém, Éder em boa iniciativa individual domina a bola e chuta forte cheio de intencionalidade criando assim a melhor oportunidade de golo de Portugal em toda partida, se bem que ao lado. O que dá animo à selecção, com o forte apoio das bancadas. Não era nada, afinal não era nada, que o marasmo continuava. Aos 66 Portugal consegue em rápida transição atacante uma situação de superioridade numérica, João Mário, porém, não aproveita, estavam dois jogadores isolados… Sai então o aplaudidíssimo Ronaldo para fazer entrar Quaresma. Aos 70 nova grande defesa de Patrício a livre directo de Griezman, defendendo para canto, trazia selo de golo. Aos 73 Benzema dá o lugar a Martial, acabado de se transferir para o Manchester United por 50 milhões de euros. Até que quase acabado de entrar (entrou por volta dos 80) Mathieu Valbuena, de livre, fez um grande-grande golo, sem qualquer hipótese para Rui Patrício, que bem se esticou mas era impossível chegar aquela bola. Fez-se justiça no marcador. Vitória mais que justa, à justa, valha-nos isso.
PEDRO NOGUEIRA